terça-feira, 26 de janeiro de 2010

NECESSIDADE pouco ESTRANHA

Estranho como a vida pode mudar de rumo, mas a troca de papéis às vezes é necessária...
Estranho sempre ser amada, ser respeitada, ser procurada e derrepente se ver no papel de amar, respeitar, procurar...
Estranho idolatrar tanto uma pessoa e no outro dia querer simplesmente que ela siga seu caminho feliz...
Estranho observar os amigos de infância e perceber que alguns morreram ali nas lembranças e mais estranho ainda é ver que alguns sobreviveram a tudo isto...
Estranho não atender uma ligação num dia e mais pra frente querer infinitamente que a mesma pessoa retorne a te ligar para que não disperdisse uma última chance...
Estranho o fato de um sentimento tão forte quanto a paixão acabar enquanto o amor mais passivo é capaz de renascer dos escombros...
Estranhos seguir pessoas que não te seguem...
Estranho mesmo é seguir os que poucos seguem e ainda se sentir bem...
Estranho tomar banho de lua e mesmo assim querer se queimar nos raios de sol...
Estranho chorar de rir e depois rir de tanto chorar...
Estranho dirigir e pensar na vida, mas eu amo...
Estranho não chorar com a música favorita...
Estranho não sentir medo quando os papéis trocam e você se vê num personagem à quem não sabe dar vida...
Estranho perceber que você era feliz e não sabia...
Estranho saber que o que você achava que te faria feliz não passava de achismo (ou me enganei?)...
Estranho sentir aquele velho sentimento sempre que encontra aquela pessoa especial e estranho também é quando o sentimento acontece para os dois...
Estranho ter que caçar sendo que você só deseja ser a caça ou ser a caça quando você queria mesmo era sair caçando por aí...
Estranho repetir os mesmos erros sempre e estranho ao quadrado é não admitirmos que de tanto apostar no erro ele não seja nossa verdadeira vontade...
Estranho querer o brilho se é na escuridão que podemos ser nós mesmos...
Estranho e necessário...
Necessário, porém estranho... Mas afinal o que não é?



Beijos à você que estranhou toda essa loucura, mas que de certa forma entende todo este estranhamento... hahahaha





quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

CaiXa de ParaFusos.

Hoje, particularmente, sinto uma felicidade especial. Não destas felicidades atribuídas à momentos felizes ou noticias importantes, mas uma felicidade besta, destas que a gente filosofa sobre a vida, faz uma descoberta muito óbvia e acaba se achando a pessoa mais inteligente do universo por causa disto. Fiquei feliz...
Sim, porque olhar pra dentro, às vezes, nos faz bem por mais que as concluões sempre sejam as mesmas.
Hoje eu abri um buraco dentro de mim, mas não um buraco pra me machucar e deixar cicatrizes, mas para talvez consertar algo dentro de mim que precisava de remendo ou manutenção. Sim, me faltavam alguns parafusos e confesso que o importante não foi repô-los no lugar, mas simplesmente saber de suas ausências. Eles me faltam... quem sabe não faltam em todo mundo só que em outros lugares? Quem sabe não é por isso que somos todos diferentes?
A tal felicidade besta me visitou quando olhava os buraquinhos desocupados sem seus respectivos parafusos dentro de mim e me fez ver que não importa o tanto que você tente colocar seus parafusos na mesma posição da que de uma outra pessoa, ou tente mudar os delas para ficarem semelhantes aos seus, isso nunca dará certo, pois o seu funciona para "isto" e o do outro para "outra coisa".
As pessoas são diferentes e nunca mudam (bem feito pra gente!)...
Umas foram feitas para "outra coisa" e outras para "isto"...
Foi por isto que me senti feliz.
Uma descoberta tão besta e tão feliz.
Feliz, por que hoje sei que não estou do lado das pessoas com esperança de um dia elas mudarem, mas sim por que as aceito de tal maneira e não me frustarei com suas atitudes por simplesmente não esperar nada.
Hoje, sei que se estou é por que estou. Por minha conta e risco...
Não adianta dar murro em ponta de faca. Se achamos mesmo que os opostos se atraem, então por que sempre queremos mudá-los?
As pessoas precisam uma das outras sempre. Precisam de um espaço só seu também. Precisam de fazer as coisas que gostam.
E é por esta conclusão tão óbvia que escrevo hoje. Por saber que as pessoas são e acabou.
Por saber que me cabe viver em vez de esperar...




Beijos à você que, assim como eu, também sente falta de alguns parafusos...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

LANTERNA DOS AFOGADOS ( Herbert Vianna )

Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar
Há uma luz no tunel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se nao vai demorar
Uma noite longa
P`ruma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que sou agora
Mas ainda sei me virar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar!

Gosto muito...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

RoSa

Eu tenho vontade da vida
Vontade de mundo
Vontade de amor
Eu tenho vontade de beijo
Suprir o desejo de ser quem eu sou
Vontade de praia
De velocidade
De frio ou de calor
Vontade de absurdo
Vontade de tudo que capaz eu for
Eu tenho vontade daquela descoberta mais proibida
Da provocação depois de muito arrependida
Vontade do profano
Despir-me do pano
Do medo e da dor
Jogar-me do rochedo
Revelar o segredo
E crescer sem pudor
Eu tenho vontade da verdade
Da sinceridade
Cultivar o meu jardim em flor
Eu tenho vontade daquela rosa
Da poesia e da prosa
Do seu espinho e da sua cor
Eu tenho vontade de sorriso
Do amor que preciso
Do timbre e da ação
Vontade de rir loucamente
Vontade de gente e de confusão
Eu tenho vontade da complexidade
Perfume e sabor
Vontade de abismo
De conter o cinismo na boca de mau feitor
Eu tenho vontade da entrega
Do olhar que não me enxerga
De reencontrar minha loucura
Não fazer do medo uma corda bamba
Um passo em falso e logo tomba
Vontade de ser você a minha cura

Eu tenho vontade da vida
Vontade de mundo
Vontade de amor...



Thais Foresto





segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O Outro Lado Do Castelo

Não me olhem assim, eu estou desarrumada!
O homenzinho roubou meu pente e não deu tempo de pentear meus cabelos hoje.
Mas vejam... Que indelicadeza minha! Prazer.
Prazer meu nome é 201.
Isso mesmo 201! É assim que me chamam aqui, no meu castelo.
Mas não me olhem assim...

Eu ainda não escovei os meus dentes hoje.
A moça, aquela de cabelos vermelhos, não trouxe os meus chinelos e os meus pés estão tão frios.
Eles sussurram palavras em meus ouvidos e eu me questiono sobre a loucura.
Uma voz dentro de mim diz que a loucura está em você, em mim, em tudo.
Eu não sei se vou visitar o Rei...
Ele anda sempre tão ocupado e depois, vamos combinar, as minhas olheiras estão horríveis e eu estragaria tudo!
Ele foi meu primeiro homem.
Mas a moça, aquela do cabelo vermelho, também não trouxe os chinelos dele.
Eu tenho medo de ficar só.
Românticos?
É como diz aquela música...
Românticos são loucos desvairados que querem ser o outro e que pensam que o outro é o paraíso.
Peguem!
É o homenzinho que roubou o meu pente...
Nunca consigo alcançá-lo, às vezes sinto as minhas pernas e os meus pés tão fragéis...
Deve ser o frio.
Sabe, ontem não foi um dia bom.
Aquele rapaz veio me visitar de novo e eu não gosto dele.
Toda vez que olho para aqueles olhos castanhos tão lindos eu tenho vontade de matar!
Pensando bem... Acho que eles não queriam que eu me arrumasse.
O homenzinho do pente e a moça de cabelos vermelhos não queriam que o rapaz de olhos castanhos tão lindos me visse bonita.
Mas agora não importa, ele já foi e não vai voltar.
Eu não gosto de andar pela corda bamba...
Vou mesmo é visitar o Rei!


Thais Foresto



Meu Miolo Do Mundo

Bem... nada original colocar como título da minha primeira postagem o nome do blog, mas acontece que gostaria de explicá-lo um pouco.
Coisa louca de pensar, mas acredito que todo mundo tem seu próprio mundo... Como um mundo do lado de dentro, sabe?

Seu mundo dentro do mundo.
Seu miolo de mundo...

Gostaria de colocar aqui, um pouco do meu Miolo Do Mundo pra poder esvaziar ou dividir a bagunça que existe em mim. Uma bagunça organizada, mas essencial e que precisa sair pra fora para que outra bagunça tome conta do meu eu.
É um mundo meio maluco, sei disso, cheio de histórias doidas, lembranças, esquisitices, coisas sem pé nem cabeça, vontades, mas que me fazem ser o que sou e sentir o que sinto.
É meu baú velho em que guardo meus sorrisos e minhas lágrimas, meus sentimentos mais profundos, as viagens da minha alma que não cabem em mim.
Acontece que não estou mais cabendo em mim mesma e preciso me espalhar por aí, compartilhando o que está aqui dentro remexido, conturbado, em pedaços como partes de um quebra cabeça que não se completa só com as peças saídas daqui, mas também com as peças de outras pessoas, em outros lugares, com outros Miolos De Mundo.
Alías, nem sei se quero completá-lo viu, procurar, às vezes, pode ser bem mais divertido que encontrar...









Beijos à você, que se misturou com um pouquinho de mim agora!