sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O QUE ESPERAR DO ANO QUE VEM?

Espero sorrisos mais sinceros
E lágrimas também
Sejam de alegrias ou tristezas honestas
Espero ser mais criança
E me encontrar com a criança dos outros
Espero que a falta de tempo nao me consuma muito
Mas quando me consumir
Que seja com o que ou quem realmente importa
Espero mais arco-iris, mais beija-flores,
Mais estradas e mais amores
Espero pé na grama e cabeça na lua
Para o ano que vem
sorrisos serão poucos
Quero a gargalhada dos que amo engarrafada
Para distribuir aos que não tem
Quero costurar asas nos sonhos
E faze-los reais
2013 está aí pra quem quer viver
Não exista apenas, viva!
Que este ano novo possa fazer germinar
As sementes que plantamos no ano que está para terminar
Lute, cace, devore
Mas esteja sempre pronto a estender a mão
A mudança está em você
Seja o herói que fará acontecer!!!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Preciosidade...

Eu queria ter um botão de invisível as vezes, mas como não o tenho, procurava mesmo não chamar a atenção. É que parecia que existiam dois lados de mim: um que queria ser notado e outro que queria passar desapercebido.
É bom ser notada pelos outros. Gosto de elogios, quem não gosta? Gosto de me arrumar, atrair olhares... Mas existiam momentos em que eu me encontrava encurralada por estes tais olhares e queria mesmo era me enfiar debaixo da terra e ficar por ali até que tudo acabasse.
Eu aprendi uma arte depois que eu cresci. Foi a de ficar vermelha! Arte mais besta, não serve pra nada! Só pra me deixar mais vermelha ainda por saber que as pessoas notaram que estou com vergonha.
Daí eu fiquei jeca mesmo e as vezes faço questão disto. Não é tão ruim assim ser jeca. Eu até gosto. Andar por aí sem me preocupar qual a cor da moda na estação ou se a escova nos cabelos vai despentear com o vento. Pelo menos não tenho que ficar fingindo pra todo mundo que sou uma jóia inatingível. Eu estou aqui, eu posso ser tocada. As pessoas querem pessoas para tocar e não para vangloriar...
Eu acho...
Sim, eu ainda marcho pelas ruas. Olhar fixo para a frente, frio, para as vezes tentar não ser notada. Acho que não ligo mesmo.
Outras vezes, porém, me pego na vaidade, me arrumando em frente ao espelho. Sei que assim como consigo ser invísivel quando quero, também posso ser vista. Mulher tem este poder, só basta saber. Eu não tenho vergonha de querer... Faz bem!
Não quero ser uma jóia inatingível, não quero ter preciosidade.
Quero ser digna do toque. Me encontrar entre os reles mortais, saber gritar, dizer o que quero.
Quero comer o que tenho vontade, usar as roupas que tenho vontade, cantar as músicas que tenho vontade. Quero sair pelas ruas tomando banho de chuva sem me preocupar se o salto vai quebrar ou a maquiagem borrar.
Não quero ter medo de voltar a ser criança.
Esconder a gargalhada? Pra quê? Passar vontade de nadar por causa dos quilinhos a mais ou das celulites e estrias? Pra quê?
Estes olhares que me fazem querer ser invisível que se danem! Eu quero é viver...
Não sou “preciosidade”? Mando ela pra puta que pariu!

Nó Desajustado

Vou ter que me amarrar
Alguém pode me ajudar?
Dar um nó desajustado no meio do que se sente
Um nó mais apertado do que deram na forca de Tiradentes
Vou usar a corda mais grossa
Daquela que destroça os pensamentos insensatos
Estou precisando me amarrar
Me amarrar no que se tem
Sossegar, virar refém do que cultivei
Plantei sementes de flores que não reguei
Na primavera tardia em que me revelei
Tarde demais para plantar
É preciso me amarrar nesta pequena sanidade
Viver da verdade
Me desligar daquele mundo que imaginei
A realidade é o que sei
Desligo as teclas, as palavras,
Desligo o máximo dos olhares
Me encontro só nos pesares
Fujo do que quero sem saber se quero mesmo
Desejo
Lembro da multidão, flashes de solidão
Vultos monstruosos numa noite de vontades
Cliques e mais cliques nos links dos sonhos noturnos
Soturnos, embriagados
Preciso me amarrar na flor da minha pele
Fechar o abismo que me segue
Com a ponte mais forte que puder construir
Esquecer algo que não me vem
Não queirar nada além do que se tem
Deixar a janela fechada para o sol não arder meus olhos
Enquanto me amarro
Disparo
Solo de um pássaro canta aqui dentro
Enquanto busco tempo
Pra fugir de mim que me amarro
Me calo sem querer e sei que não devo fugir
Ficar presa nesta realidade é o que me resta
Não sei se presta
Mas é o que se tem
Deixe-me amarrada aqui por todos os restos de meus dias... Amém!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

MEIO A MEIO

Odeio sentir as coisas assim, meio a meio
Meio amor, meio desespero
Meio sonho, meio desassossego
Meio tristeza, meio confusão
Queria desmisturar este caos daqui de dentro
Tomar tento, criar juízo
Parar de idealizar o paraíso em alguém
Meio coração, meio razão
Deixando tudo ficar pela metade
Remorso, tentação
Pensar numa canção, mas tentar esconde-la depois
Queria beijar o sol até sentir queimar meus lábios
Para que eles não jurem mais amor a ninguém
Sigo meio eu, meio abrigo
Um pensamento proibido em meio a uma bagunça de planos
Uma muralha que desaba em mim
Com cheiro de vontade de coisa nova
Saber que amor não se prova
Mais querer tirar a prova de alguém
Pensar naquilo que não aconteceu
Chorar pela morte de Romeu
Mas não ter coragem de ser a Julieta que vai junto
Lembrar daquela silueta
Do rosto queimado pela timidez
Meio vermelho, meio sinceridade
Corrompendo-se pela vaidade
Odeio me sentir assim, meio a meio
Me parece que pelo receio
A história não passa mesmo da metade / vontade